Brasil será um dos maiores beneficiários do acordo UE-Mercosul

by Cambra Comerç Brasil Catalunya / 11 julho 2019 / No Comments

Após 20 anos de negociações, no último dia 28 de junho a União Européia e o Mercosul fecharam em Bruxelas um acordo comercial que fará com que os dois blocos sejam uma das maiores áreas de livre comércio do mundo. Juntos, UE e Mercosul representam 25% do Produto Interno Bruto (PIB) mundial e constituem um mercado de 780 milhões de pessoas.

Este é o acordo mais importante e mais complexo já negociado pelo Mercosul, composto pelo Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai. A vigência do pacto acabará com tarifas alfadegárias, o que deve beneficiar empresas européias dos setores automobilístico, químico, farmacêutico e de maquinaria. Também acaba com barreiras em setores como o textil, de calçados, de vinhos e de licores. Por outro lado, impulsionará as exportações de produtos agrícolas e pecuários dos países do Mercosul. As relações entre esses quatro países e a UE sempre foram fortes. Em 2018, as exportaciones do Mercosul até a UE chegaram a 42,6 bilhões de euros, enquanto que no sentido contrário foram de 45 bilhões de euros. A UE é o segundo sócio comercial do Mercosul e o primeiro em investimentos.

O Brasil será um dos maiores beneficiados pelo pacto. Com a redução das barreiras tarifárias, o governo do país calcula que o PIB terá um aumento de 87 bilhões de euros em 15 anos. Produtos brasileiros de grande interesse na Europa terão suas tarifas eliminadas, como o suco de laranja, as frutas e o café solúvel. Além disso, as empresa brasileiras se beneficiarão com a eliminação de tarifas de exportação de 100% dos produtos industriais. O acordo também reconhecerá produtos típicos do Brasil como cachaça, queijos, vinhos e café.

Além disso, os investimentos europeus no Brasil devem aumentar em 113 bilhões de dólares. O país se destaca como o maior destino de investimento estrangeiro direto (IED) da UE na América Latina, com quase a metade do volume de investimentos na região. O Brasil é também o quarto maior destino de IED da UE.

“Estamos convencidos de que o acordo não é um jogo onde um lado é perdedor e o outro ganhador. Os ganhos são coletivos, inclusive porque as economias se complementam”, ressaltou Marcos Troyjo, secretário especial de Comércio Exterior e Assuntos Internacionais do Ministério da Economia do Brasil.

Para entrar em vigor, o pacto deve ser assinado por todos os países da UE e do Mercosul.